Estudantes do IFPE desenvolvem projeto “Synesthesia Vision” com sensores e aplicativo, conquistando reconhecimento nacional
Promover independência e segurança no dia a dia de pessoas com deficiência visual é o objetivo do Synesthesia Vision, projeto desenvolvido por estudantes do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) que vem chamando atenção no cenário nacional de tecnologia assistiva.
A ideia surgiu a partir de uma lacuna percebida na mobilidade: embora a bengala seja essencial, ela não detecta obstáculos suspensos, como galhos, placas e toldos, que podem causar acidentes. Para resolver esse problema, os jovens criaram um dispositivo inovador, leve e discreto, que pode ser acoplado a qualquer armação de óculos convencional.
Com sensores que identificam barreiras, o aparelho emite vibrações e sinais sonoros para orientar o usuário, funcionando como uma extensão dos sentidos. O nome faz referência ao fenômeno da sinestesia, em que a estimulação de um sentido gera percepções em outro, traduzindo a proposta de transformar vibrações e sons em uma nova forma de perceber o espaço.
O Synesthesia Vision já foi testado em escolas, associações e instituições especializadas, recebendo relatos emocionantes de usuários que destacaram o aumento da autonomia e da confiança ao se locomover. O projeto também vem acumulando conquistas, entre elas o reconhecimento no Painel Telebrasil Summit 2025, um dos principais eventos de inovação do país.
Segundo o professor Gilmar Brito, coordenador da iniciativa, o próximo passo é viabilizar a produção em escala. “Agora estamos trabalhando para levar o produto ao mercado, com parcerias estratégicas. Nosso sonho é que essa inovação, fruto da ciência brasileira, não apenas transforme a vida de pessoas com deficiência visual no país, mas também alcance os mais de 39 milhões de cegos em todo o mundo”, destaca.