Iniciativa desenvolvida por jovens da ETE Professor Paulo Freire, em Carnaíba, venceu concurso estadual e chegou ao Web Summit 2025, maior evento de tecnologia da Europa
Um projeto nascido no Sertão do Pajeú pernambucano cruzou fronteiras e mostrou como a inovação pode transformar vidas quando nasce do olhar atento para as necessidades do próximo. Criado por estudantes da Escola Técnica Estadual Professor Paulo Freire, em Carnaíba, o trabalho voltado ao cotidiano de pessoas com deficiência visual chamou atenção pela combinação entre tecnologia, empatia e impacto social.
A iniciativa, intitulada “Uso de Tecnologias para Assegurar a Acessibilidade de Deficientes Visuais”, aposta em soluções de baixo custo produzidas com impressão 3D para ampliar a autonomia de pessoas com deficiência visual. Mais do que um protótipo, o projeto mostrou o potencial criativo de estudantes da rede estadual que enxergaram a inovação como ferramenta de inclusão.
O reconhecimento veio por meio do Inova CRIA, concurso promovido pelo Governo de Pernambuco em parceria com o Porto Digital. A vitória garantiu ao grupo uma imersão internacional em Portugal, experiência que levou os jovens a ambientes de inovação como o Cais do Porto, em Aveiro, além de encontros formativos no Brazil Tech Days 2025 e no Web Summit, em Lisboa, considerado o maior evento de tecnologia da Europa.
Para a estudante Iasmim Gabriele, a vivência foi transformadora. “Tivemos a oportunidade de participar do Web Summit, um evento imenso e muito enriquecedor. Voltamos com um novo olhar sobre tecnologia, empreendedorismo e sobre como aplicar tudo isso no nosso projeto. Se existe uma palavra para definir a experiência, é oportunidade”, afirma.
A jornada dos alunos foi acompanhada pelo professor orientador Gustavo Bezerra, que destaca o orgulho de ver um projeto social ganhar visibilidade fora do país. “Essa imersão foi um divisor de águas nas nossas vidas. É uma honra ver um trabalho com uma causa tão importante sendo reconhecido dessa forma. Espero que, da próxima vez, eu acompanhe esses estudantes como donos de startups”, celebra.
Após a experiência, o grupo consolidou não apenas conhecimentos técnicos, mas também a compreensão de que a inovação social nasce quando a tecnologia encontra propósito. “O nosso projeto mostra que, quando queremos, é possível impactar positivamente a vida de quem mais precisa”, finaliza a aluna.



